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About a Girl

Minha foto
"Nasci em 1992, no interior do estado. A dança-teatro e o cinema formaram meu primeiro imaginário: a palavra vinha como complemento das imagens. Quando descobri os livros, bem cedo, aceitei-os apenas como o lugar das palavras e das idéias, vendo as imagens a que remetiam ou sugeriam, como fantasmas imponderáveis e sem substância, descabidos, impróprios para aquele tipo de veículo. Quando me pedem que fale de mim mesma, sinto o incômodo, pergunto: que imagem devo projetar? Tenho tantas. Acho que a melhor para o caso é a que passo nos próprios posts, de alguém que escreve mas não acredita nos fantasmas das palavras, embora eles sejam inevitáveis. E a melhor forma de conviver sem temor com essas fantasias é jogar com elas, torná-las risíveis, desautorizá-las, de modo a evitar o poder técnico abusivo que tem quem escreve, para iludir o leitor."

Aos destinatários destas palavras

"Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer
Com tudo aquilo que fomos
E tudo aquilo que somos nós"


O Teatro Mágico

Quem lê

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Where is my mind?

Posted on 22:31 In:




























Minha mente está em você, não minha voz.
A teia que teces sobre tantas não irá me preencher.
Dentre as míticas figuras desta noite,
está o relógio que contava as horas.
Se não podes ser inteiro no que faz, que se vá.
Pare de me torturar já que não sou o que deseja.
Minha mente ainda está... ainda está a se mutilar.
A substituir abraços em teu leito,
a ser fantoche e mendigar por palavras sinceras.
Traindo desejos, farta de jogos.
Quisera eu te ligar agora e saber como foi seu dia,
quisera eu te querer sem passos incertos
sem te ouvir reviver outras cores.
Eu não desisti, só não pude mais esperar,
tentarei te substituir por outros sonhos.
As mágoas nunca permanecem por muito tempo,
mas com elas irão também os sentimentos.
Espero que o vazio também se vá.
Ainda te anseio em minha porta como na mente
levo tais desejos em mim calada, por estar segura assim.
Sinto que, como Poe, se amei, foi só.




Saudade meia boca

Posted on 22:22 In:




















pensei que fosse
receber hoje
um tele
fonema
seu,

mas já que
não recebi
melhor ligar
a tele
visão.

como seria bom
se a saudade
se matasse
por tele
patia.

Hey!

Posted on 13:57 In:






















Hey
estive tentando te encontrar

Hey
deve haver algum demônio entre nós
ou vadias na minha cabeça
há vadias na minha porta
ou vadias na minha cama

mas, Hey!
onde você esteve?
se você me obrigar a ir
eu certamente vou morrer
estou acorrentado

'uh'
disse o homem para a senhorita
'uh'
disse a senhorita para o homem que ela adorava
e as vadias como um coro
fazem 'uh' por toda a noite
e quanto a você Mary, não está cansada disso?



Infância

Posted on 23:57 In:




























Não fui, na infância, como os outros
nunca enxerguei com os olhos dos outros,
nunca vi como viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alteava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demôno, ante meus olhos.
Tudo que amei, amei sozinho.

Nevermore

Posted on 23:15 In:



















‎"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse.
"Parte!
Torna á noite e à tempestade!
Tira-te de meus umbrais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"

A este luto e este degredo,
A esta noite e este segredo,
A esta casa de ânsia e medo,
Dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!

Disse o corvo, "Nunca mais"

Destempero

Posted on 22:19 In:




























me reproche
pelo amor de Deus
me impeça!

não me cuspa apenas desprezo
ou eu fico a esmo
como sapato sem par.

também não se faça de vítima
não se cubra de desculpas
que isso já é prova legítima
que deseja me magoar.

me reproche
pelo amor de Deus
me reproche!

quando não falas nada,
minha alma se torna angustiada
inquieta ao tentar te decifrar.

e não se feche a meu desespero,
não ignore a insegurança
fruto do destempero,
plantado a esmo, dentre tantas a par.

me reproche
pelo amor de Deus
me dê a verdade!

pois também não sou fantoche,
desfaça essa cara de deboche
que aí é sacanear.