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About a Girl

Minha foto
"Nasci em 1992, no interior do estado. A dança-teatro e o cinema formaram meu primeiro imaginário: a palavra vinha como complemento das imagens. Quando descobri os livros, bem cedo, aceitei-os apenas como o lugar das palavras e das idéias, vendo as imagens a que remetiam ou sugeriam, como fantasmas imponderáveis e sem substância, descabidos, impróprios para aquele tipo de veículo. Quando me pedem que fale de mim mesma, sinto o incômodo, pergunto: que imagem devo projetar? Tenho tantas. Acho que a melhor para o caso é a que passo nos próprios posts, de alguém que escreve mas não acredita nos fantasmas das palavras, embora eles sejam inevitáveis. E a melhor forma de conviver sem temor com essas fantasias é jogar com elas, torná-las risíveis, desautorizá-las, de modo a evitar o poder técnico abusivo que tem quem escreve, para iludir o leitor."

Aos destinatários destas palavras

"Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer
Com tudo aquilo que fomos
E tudo aquilo que somos nós"


O Teatro Mágico

Quem lê

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Se você soubesse o quanto me faz feliz assim, bem do jeito que você é.
Sem tirar nenhum detalhe.
Do quanto eu amo esse meu demorado hobbie de amar cada olhar e cada mudança de tonalidade dos seus olhos, de analisar cada minuciosa forma de beijar sua boca macia com aquela pintinha perto do lábio superior que me deixa doida, com os dentes naturalmente bem alinhados e aquela curvatura britânica tão charmosa do seu nariz. Sentir nos meus dedos seu cabelo macio sempre tão cheiroso e bem cuidado, com meu corte masculino favorito e aquela bochecha gostosa de morder...
Você não sabe como é milimetricamente perfeito pra mim meu branquinho...
Você não faz nem idéia do quanto cada parte que você julga imperfeita em si mesmo, me encanta e me faz querer parar o tempo naquela troca de olhares. Naquela troca de completude.
É como se dissesse apenas com o olhar aquela frase que sempre procuramos definir aquele alguém que sempre sonhamos. Talvez um "eu te amo", "te encontrei", "nunca te deixarei" ou quem sabe nada disso?
Se você pudesse se ver da mesma forma que te vejo...
Se você pudesse sentir pra si mesmo, todas as esperanças e sonhos que sinto quando te abraço... Eu te juro meu amor, que você nunca mais sentiria medo do medo.
Eu te juro, eternamente aquele olhar iluminado de criança.
Eu queria poder te fazer entender meu bem, mas nem eu mesma entendo...
Sabe? São aquelas velhas borboletas azuis do meu estômago, que começaram a se renovar e sonhar com você.

Ingestão Voluntária

Posted on 22:00 In:

"Veja o lado bonito do suicídio: Perdi minha vista, estou do seu lado. Asa esquerda de anjo, asa direita, asa quebrada. Falta de ferro e/ou sono. Protetor do canil. Ecto-plasma. Ecto-esqueleto. Aniversário de obituário. Seu cheiro ainda está aqui em meu lugar de recuperação."

Kurt Cobain

Codinome Beija-Flor

Posted on 20:28 In:

"Pra que usar de tanta educação?
Pra destilar terceiras intenções.
Desperdiçando o meu mel,
Devagarzinho, flor em flor
Eu protegi o teu nome por amor.
Em um codinome, Beija-flor.
Não responda nunca, meu amor...
Nunca.
Pra qualquer um na rua, Beija-flor.
Você sonhava acordada...
Um jeito de não sentir dor.
Prendia o choro e aguava o bom do amor.

Prendia o choro e aguava o bom do amor..."


Cazuza




Mágoa

Posted on 14:39 In:

Se você
tivesse acreditado
na minha brincadeira
de dizer verdades,
teria ouvido
verdades que teimo
em dizer brincando.
Falei muitas vezes
como o palhaço,
mas nunca desacreditei
da seriedade
da platéia que sorria.

(Fred Maia. Gota Serena, pág. 65)


Quarto escuro, início de noite e casa cheia.
E eu?
Eu no quarto escuro no início de noite escutando os risos do andar de cima (eu poderia estar rindo -pensei).
As vezes você se sente mais sozinha na companhia de outras pessoas, pois deseja tão profundamente um pouco de reciprocidade, que quando a mesma não vêm, são os próprios sonhos e expectativas que se vão.
Eu me sinto uma prostrada que passou a manhã/tarde inteira numa casa se isolando no seu falso mundo literário. Mas agora, a noite, já não quero ver palavras e nem ler mais nada. A noite sinto falta que alguém sinta falta de mim. Sinto falta qual alguém me ligue o dia todo só pra me lembrar que não consegue fazer nada corretamente por pensar em mim (assim como eu fiz/tentei várias vezes). Sinto falta de deitar a cabeça no colo de alguém, enquanto o mesmo desliza os dedos no meu cabelo e me lembre o quanto são bonitos, repare o quanto demorei pra arrumá-los só pra essa pessoa. Sinto falta que alguém me cubra de beijos e realize todas as minhas propostas insanas (que eu tanto penso todas as noites). Sinto falta daquele eu te amo que faz os olhos se encontrarem e brilharem.
Droga!
Apaga. Apaga.
(e o post fica todo branco)
Me sinto tão sozinha. (apaga)
Me sinto uma sonhadora, repleta de expectativas e de meras esperas que elas ocorram. (apaga sonhadora)
A noite....
A noite eu percebo que as histórias dos meus livros são apenas histórias mal contadas e interpretadas com sentimentalismo exagerado (assim como a própria música do Cazuza).
Essa noite, aquela noite, a próxima noite...
Faz tantas noites que eu sonho.

Minha pequena Annabel

Posted on 09:08 In:

De repente, entre nós se abateu uma paixão louca, desajeitada, impudica e agoniante; e também desesperada, caberia acrescentar, porque só teríamos podido saciar aquele furor de posse mútua se cada um de nós assimilasse a última partícula da alma e do corpo do outro (mas lá estávamos, incapazes até mesmo de manter uma relação carnal, quando crianças que vivessem em cortiços teriam tido tantas oportunidades de fazê-lo).
[...] mas esses contatos fugazes levavam nossos corpos jovens, saudáveis e inexperientes a um estado de tamanha exacerbação que nem mesmo a água fria e azul, sob a qual ainda nos agarrávamos, era capaz de aliviar.
Amamo-nos com um amor prematuro, de uma ferocidade que não raro destrói vidas adultas.
Ah, minha pequena Annabel!


Lolita - Vladimir Nabokov

A tal Percepção

Posted on 21:24 In:

Ele surgiu assim, do nada.
Isso obviamente, na minha percepção, pois como desatento e voado ser de pensamentos aflorados ambulantes, eu nunca percebo bem as pessoas a minha volta.
Enfim, ele apareceu do nada, quando vi, ele já estava na minha vida após as aulas me dando um beijo na bochecha e dizendo: "tchau moça doida" [esse ato sempre me assustada pois ele chegava de lado e dava o tal beijo de tchau sem eu nem perceber direito quem era].
Na verdade só fui reparar nele quando percebi que ele saía logo do emprego [pela camiseta trabalhava num lugar pesado e mal remunerado] para ir direto pra aula.
Mais tarde, percebi que aquele simples tchau tinha algo a mais e por isso me afastei dele.
Me sinto meio desapontada quando alguém que é meu amigo fica querendo algo a mais... mas nesse caso foi muito diferente, ele nunca foi meu amigo. Na verdade eu mal sabia que existia até deixar expresso em pequenas frases estranhas: "porque não sentou ao meu lado?" "depois temos que conversar longe desse monte de gente não acha? papo mais centrado doidona"
Outra coisa, o doidona nunca me agradou, nunca chegará perto das palavras que recebo toda noite antes de dormir e nunca trocaria um "minha menina" por algo que expressasse o modo como alguém me vê tanto físicamente quando na maneira que ajo.
Não sei bem a função desse texto, mas me surpreendeu o fato de ele ser totalmente o oposto do que "estou acostumada". Digo, um cara que trabalha o dia todo, vive sua vidinha normal numa rotina normal, com roupas normais e se aproxima de uma garota com roupas estranhas, maquiagem pesada nos olhos que passa a maior parte do tempo rindo com as beshas e humorísticos afins.
Não sei o que esse típico cidadão trabalhador viu em mim, achei que a espécie normal da cidade sempre me repelia, mas por incrível que pareça há alguns alternativos presos em casulos por aí [e sinceramente, pra mim são piores porque tem medo de serem eles mesmo pelo julgamento dos outros].
De qualquer forma, esse texto é apenas uma reflexão de diferenças entre duas pessoas, ou talvez nada disso.
E eu não trocaria por nada desse mundo o aconchego da minha boa e velha casinha inglesa, que me sussurra as mais amáveis palavras ternas e mansas que eu tanto prezo.