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About a Girl

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"Nasci em 1992, no interior do estado. A dança-teatro e o cinema formaram meu primeiro imaginário: a palavra vinha como complemento das imagens. Quando descobri os livros, bem cedo, aceitei-os apenas como o lugar das palavras e das idéias, vendo as imagens a que remetiam ou sugeriam, como fantasmas imponderáveis e sem substância, descabidos, impróprios para aquele tipo de veículo. Quando me pedem que fale de mim mesma, sinto o incômodo, pergunto: que imagem devo projetar? Tenho tantas. Acho que a melhor para o caso é a que passo nos próprios posts, de alguém que escreve mas não acredita nos fantasmas das palavras, embora eles sejam inevitáveis. E a melhor forma de conviver sem temor com essas fantasias é jogar com elas, torná-las risíveis, desautorizá-las, de modo a evitar o poder técnico abusivo que tem quem escreve, para iludir o leitor."

Aos destinatários destas palavras

"Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer
Com tudo aquilo que fomos
E tudo aquilo que somos nós"


O Teatro Mágico

Quem lê

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Um tumulo, aquele quarto; nossos sofrimentos e temores sepultados em ruínas.
Impossível a ressurreição.
Não me viriam pensamentos amargos, quando em minhas horas de insonia evocasse novamente aquele quarto no segundo andar.
Pensaria nas paredes e em como, entre elas, fui feliz.
Teria recordações do jardim, das rosas no estio do vizinho, dos pássaros e do coral a cantar pela manha.
Do chá sob a sombra do castanheiro emoldurando as paredes, do murmurio dos seus dedos encontrando-se com os meus pela noite.

O luar tem grande influencia sob a imaginação, mesmo a imaginação de quem começa a se desfazer de um sonho.
E ali, queda e silenciosa, eu jurara não ser a minha própria casa, recheada dos seus passos e cachos morenos, uma concha morta, mas um ser que respirara, palpitando vida como outrora.

Meu coracao palpita acelerado; um ardor nos olhos impede-me as lagrimas.
É preciso prometer que o tempo não quebrara a perfeita simetria do que fora,
Mas hei de abrir as mãos, e tirar do concavo minha joia mais preciosa
Para lançar-me ao infinito em busca de outras que virão

Allure

Posted on 18:18 In:




















E aquele Channel que ele me deu, permanece marcando a poeira no canto da estante
Que do desejo, nem seu caro aroma foi capaz de despertar
Do deslizar da escova nos fios, vermelhos, compridos... sera que assim, era como você os queria? Ou haveria eu de cessar a comparação aos outros tons?
Nada que em mim vive parece com seu ideal
Tudo que em mim jaz apodrece em tuas mãos
Meu corpo jovem, magro... ainda é o que você quer? de súbito, humildemente me vi a mais comum das mulheres
Da hera que cobre o jardim, surgem outras, diferentes. Talvez no começo não fossem melhores, talvez de fato, ainda não o sejam, mas o diferente se tornou uma opção melhor que o ordinário.
Vejo-o a todo instante nos olhos das amizades que o cercam, a origem das tumbas e dos históricos das noites em que você nao me quer.

A mente derrete meu moço, é o medo.
Que desse segredo, doentio de discórdia, não sabe mais fantasiar.
Ouso dizer que foi advindo do seu plantio, que o roseiral tornou-se deserto,
Encoberto, inseguro. Acanhado em outros lençóis.