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About a Girl

Minha foto
"Nasci em 1992, no interior do estado. A dança-teatro e o cinema formaram meu primeiro imaginário: a palavra vinha como complemento das imagens. Quando descobri os livros, bem cedo, aceitei-os apenas como o lugar das palavras e das idéias, vendo as imagens a que remetiam ou sugeriam, como fantasmas imponderáveis e sem substância, descabidos, impróprios para aquele tipo de veículo. Quando me pedem que fale de mim mesma, sinto o incômodo, pergunto: que imagem devo projetar? Tenho tantas. Acho que a melhor para o caso é a que passo nos próprios posts, de alguém que escreve mas não acredita nos fantasmas das palavras, embora eles sejam inevitáveis. E a melhor forma de conviver sem temor com essas fantasias é jogar com elas, torná-las risíveis, desautorizá-las, de modo a evitar o poder técnico abusivo que tem quem escreve, para iludir o leitor."

Aos destinatários destas palavras

"Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer
Com tudo aquilo que fomos
E tudo aquilo que somos nós"


O Teatro Mágico

Quem lê

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Apertado Anel Branco

Posted on 19:51

É tudo bem direto, mas não irei afirmar que também é correto.
Mas se procura sinceridade sim, é tudo tão sincero que chega a ser mal pensado.
O jogo de palavras é simples, eu falo e você responde.
Só não grite, não gosto de quem grita.

O que houve com as pessoas que não precisam de livros de auto-ajuda?
O que houve com os clássicos da Disney?
O que pensava Frances Farmer?
O que houve com as páginas amarelas?

Seu sentimento é um tumor no cérebro, que afeta toda a beleza da filosofia.
Meus sentimentos são plásticos comestíveis e coloridos, mas admito, são difíceis de engolir e dão dor de barriga.

O que houve com os calendários de pin-ups?
O que houve com os protestos, se ainda há muito porque lutar?
O que houve com as serenatas e cartas de amor?
O que houve com o "Faça você mesmo"?

"O fim do mundo está próximo."
As pessoas têm enchaqueca quando pensam no passado, portanto, como podem ligar para o fim?
Leituras da ciência batucam em ameaças, enquanto a igreja ainda tenta mandar.
E enquanto isso, podemos tomar um café e decidir que é mais ganancioso.

O que houve com o sorvete de chocolate?
O que houve com a Tv a cabo?
O que houve com o mistério de Capitu?
O que houve com eu e você?

Horror show

Posted on 19:46

Sei exatamente o que vocês pensam.
Vocês são todos iguais, com os mesmos pré-conceitos e julgamentos sobre nós.
Vocês são patéticos, estereótipos do "cidadão de bem" que se opõem á legalização das drogas, e preferem o tráfico.
Se opõem ao homossexualismo mas se masturbam com lesbianismo, e também se opõem a liberdade de expressão achando que ela é a causadora de todo o mal.
Resumindo, se você acha uma aberração a liberdade de se caracterizar como bem entender, certamente você é um ser humano que não é capaz de dominar sua liberdade.
Ou seja, você é um fantoche da imagem que os outros ditam.
A História existe para nos ensinar. E sempre vemos que o comportamento conservador e autoritário levou civilizações a sucumbir. Mas prevalece a maior dádiva do ser humano: repetir o mesmo erro, repetir o mesmo comportamento.
O que é o que todos vocês fazem quando ridicularizam alguém que mal conhecem.
Afinal, são humanos.


Melhor opor o 8 aos 80 do que sentir tudo meia-boca, feito fuligem: decidir pelo nada em vez de cair de cabeça.

Quebrar rotinas como quem troca de roupa, enfiar prosa na poesia - entre achados e perdidos, preto no branco, acabemo-nos todos, ímã que se partilha.

Bom de se vestir é tirar a roupa depois, isso que fica sobre a pele é tão removente, sempre.

Por outro lado... todavia... através do espelho... como ser aqui, isso, se não se conhece o outro aí?



O dia parou.
Para Jenny, sempre havia um momento que o dia parava.
Era só dela.
Oito da noite. Cidade pequena. Ruas vazias.
Sentiu o vento frio sobre seus cabelos, fechou mais a blusa e apertou o script da peça mais forte no peito.
Era uma calma, uma paz, que a fazia pensar sobre toda a sua raiva de poucos minutos atrás.
Não, não iria voltar atrás em sua palavra. Além do mais, havia aquele sonho...
Até que ao chegar na primeira porta, por trás dos vidros escuros, havia um casal feliz e despreocupado.
Nenhum casal feliz percebe as coisas ao seu redor, e quando sentem que não são observados mostram a verdadeira essência do que sentem.
A questão era, o que essa essência causava na garota por trás dos vidros?
Ninguém sabia que naquele momento alguém se lembrava dos Campos de morangos.
Um dia alguém acreditou que aqueles campos seriam para sempre.
Saiu de perto dos vidros e rumou por um caminho diferente nessa noite.
Risadas altas do outro lado da rua.
Um casal brinca de cocégas.
- Coisa mais chata. Parece que todos os casais perfeitamente felizes marcaram hora e bairro para se encontrar essa noite.
Mais dois "pombinhos" nos três quarteirões seguintes.
A impaciência a fez folhear inútilmente o script e fingir para si mesma que pensava em algo diferente.
No fim do ensaio, volta para casa.
Atrás dos vidros escuros da última porta, o último-primeiro casal perfeitamente feliz brigava.

***

"Viver é mais fácil com os olhos fechados
Sem entender o tudo que vê.
Está ficando difícil ser alguém,
mas tudo aparenta funcionar bem.


Deixe-me te levar, porque eu estou indo para os campos de morangos.
Sempre, não, algumas vezes penso que sou eu

Mas eu também sei quando é um sonho.
Nada é real.
E não há por que esperar.
Campos de morangos para sempre."


Strawberry Fields Forever - The Beatles

Carta recente

Posted on 11:21 In:

Padre,

Eu não vou me casar,
Eu não vou ter filhos,
Eu não quero me prender.
Mas o que realmente é se prender?
Me dizem a todo momento que eu estou presa, e na verdade eu estou sufocada.
Sufocada com o que não posso mudar e com a expectativa de que aconteça o que eu obviamente, sei que não vai mais acontecer.
Quando a tristeza arrepia seu corpo e você percebe que nada mais te corresponde, significa que novamente é hora de partir.
Eu sempre rumei para o desconhecido, e até encarei isso como algo glorioso e belo. Mas eu sei que na prática nunca foi.
As vezes é mais fácil ficar numa prisão do que correr para outra.
Mas a vocês, tudo que peço é uma certeza.
Porque eu não vejo mais certeza em nada.
A verdade é que todos os poetas devem ser solitários.
Senão, não há poesia.
Mas eu também não serei poeta.

Jenny.