Não há mais mentiras nem verdades aqui,
A medida que escrevo, o leão se doma.
Mistura sol, leite e lítio. Toma.
Permaneço convencida que é preciso persistir, continuar gritando,
Mesmo que se trate de uma voz pregando em desertos.
É preciso continuar escrevendo,
Por você, por mim, por Chico.
Ainda busco-o sabia? Minha Alemanha.
Busco toda a alegria das cirandas de sábado.
No entanto, os ombros doem, os olhos ardem...
Faço-os pararem, sufocam, invadem.
Tragam-me o azul, desvendem o azul!
Por que me priva do meu único pedido, déspota?
Das minhas artes, pouco vinho resta.
A fina gaze diáfana do vermelho desbotado.
Tiraram-me do palco; "não vês como é manchado, barateado?"
A balança pesa, a espada dói, me vendaram...
Deus, me vendaram do meu azul.