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About a Girl

Minha foto
"Nasci em 1992, no interior do estado. A dança-teatro e o cinema formaram meu primeiro imaginário: a palavra vinha como complemento das imagens. Quando descobri os livros, bem cedo, aceitei-os apenas como o lugar das palavras e das idéias, vendo as imagens a que remetiam ou sugeriam, como fantasmas imponderáveis e sem substância, descabidos, impróprios para aquele tipo de veículo. Quando me pedem que fale de mim mesma, sinto o incômodo, pergunto: que imagem devo projetar? Tenho tantas. Acho que a melhor para o caso é a que passo nos próprios posts, de alguém que escreve mas não acredita nos fantasmas das palavras, embora eles sejam inevitáveis. E a melhor forma de conviver sem temor com essas fantasias é jogar com elas, torná-las risíveis, desautorizá-las, de modo a evitar o poder técnico abusivo que tem quem escreve, para iludir o leitor."

Aos destinatários destas palavras

"Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer
Com tudo aquilo que fomos
E tudo aquilo que somos nós"


O Teatro Mágico

Quem lê

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Awful!

Posted on 12:30 In:






















He's drunk, he tastes like candy, he's so beautiful
He's so deep like dirty water
God, he's awful!

You're lost?
oh, where's your daddy? -it's so awful

Swing low, sweet cherry, yeah its awful
You've got your youth, yeah its awful
I was punk, now i'm just stupid
I'm so awful!











A lagarta e Alice olharam-se por algum tempo em silêncio. Finalmente, a Lagarta tirou o nargulé da boca e perguntou, em voz lânguida e sonolenta:

-Quem é você?

Não era um começo de conversa muito animador. Um pouco tímida, Alice respondeu: - Eu... eu... nem eu mesmo sei, senhora, nesse momento... eu... enfim, sei quem eu era, quando me levantei hoje de manhã, mas acho que já me transformei várias vezes desde então.

- Que é que você quer dizer com isso? - perguntou a Lagarta, rispidamente.- Explique-se!

- Acho que eu mesma não posso explicar - disse Alice - porque eu não sou eu, está vendo?

- Não, não estou.

- Acho que não posso explicar melhor - replicou Alice com polidez - porque eu mesma não consigo entender, pra começar. E depois, ter tantos tamanhos diferentes num dia só é muito confuso.

- Não, não é.

- Bom, não sei. Talvez a senhora ainda não tenha passado por isso - continuou Alice - mas quando tiver de se transformar numa crisálida... pois isso lhe acontecerá algum dia, não é? ...e, depois disso, numa borboleta, tenho a impressão de que achará meio esquisito, não?

- Nem um pouco.

- Bom, quem sabe a sua maneira de sentir talvez seja diferente - disse Alice - mas o que sei é que tudo isso pareceria muito esquisito para mim.

- Você! - exclamou desdenhosamente a Lagarta. - E quem é você?

Isso levava tudo outra vez ao início da conversa.

Ole black n brown eyes

Posted on 10:25 In:





















Nas raras noites que eu me pego lembrando de você, eu não sinto sua falta, nem te sinto de qualquer forma que não seja lamentável... Mas confesso que sinto falta de te ouvir cantando pra mim.
Sinto falta de deitar naquele velho sofá e esperar seus olhos procurarem os meus e cantarem para mim: "Ole black and brown eyes..."
Um sorriso e nada mais.
Não sinto falta de te sentir.
Não sinto falta de beijos, nem do gosto áspero, e confesso que a essência de tudo era nauseante.
Mas sinto falta dos olhos, das misturas de cores e de amores que apodreceram num velho sofá.

























- Meu bem, eu sei que acabei de chegar... - hesitou por um instante - mas é que eu terei de viajar de novo amanhã... de manhã.- Pronto, tinha falado e não queria olhar nos olhos dela -.
-Mas, de novo? - Disse baixando os olhos -
-Sim... Eu sei que tenho estado longe, mas eu recebo pra isso e preciso realmente ir.
- respirou fundo tentando esconder o olhar desapontado e disse - Claro, eu entendo. - e realmente sempre entendia, entendia até demais - Sentirei sua falta.
- Amo você.


***


Durante uma tarde tranquila sem fazer nada, a campainha toca.
Não esperava ninguém, muito menos quem encontrou de pé na porta com olhos superiores que ela não sabia o porque de tal sentimento de superioridade.
Disse um breve "oi" e foi entrando ferozmente pela casa. Olhava tudo, queria ver tudo de perto -talvez perto até demais que se tornava doentio -.
Finalmente quando não havia mais jeito de criar brigas pela invasão, a garota parou com os olhos fixados e investigadores para um grande quadro de fotografias e disse no mesmo tom autoritário que indicavam seus olhos:

- Não vejo minha irmã.
- Também não vejo - a ironia é um eufemismo perfeito para situações onde o instinto animalesco fala mais alto -
- Você mandou jogar isso fora também?
- O que mais eu mandaria jogar fora? Já que sou tão ruim a ponto de ordenar e manipular.
- Jogou fora uma estrutura que era perfeita. Perfeita até você se incluir tomando o lugar de outros e fazer tudo ruir. Você não é como nós, nunca ferá parte de coisa alguma.
-já estava cansada da mesma ladainha e resolveu sair da posição de calma - Eu nunca faria isso, não me acho no direito de manipular ninguém, como também não tenho vontade alguma de fazer parte da sua brincadeirinha doentia. Eu não quero ser e muito menos agir como... - parou de repente. Não valia a pena, e só -.
- Que seja. Mas também não vejo fotos suas. Estranho não?
-Momentos importantes não podem ser registrados em fotografias - não valia a pena continuar. Deu um longo suspiro - Não tenho o direito de "invadir residências" e de entrar em assuntos que não são da minha conta. Ninguém tem algum direito de julgar as decisões de quem ama. E sinceramente, esse quarto não é meu para eu saber qualquer informação concreta pra sua brincadeira de interrogatório.
- Ótimo, o joguinho acabou então. Aqui não é nem sua casa.
- Nem por isso te dá o direito de ir entrando.
- Não se preocupe, minha consciência está limpa quanto a isso. Pois, se alguém como você entrou e permaneceu por tempo até demais...
-um forte empurrão e uma porta batendo com vigor- Mas que diabos essa infeliz veio fazer aqui com essa cena tão patética?


Cigarros

Posted on 04:36 In:




























A suavidade da fumaça alta e impregnada no seu corpo
No meio de certa noite quente e chuvosa
No meio de uma rua deserta e serena
Em meio aos respingos no vestido,
Eu aguardo
Fixando os olhos fielmente na esquina da rua,
Onde espero encontrar um rosto molhado

A fumaça morna conforta,
Enlaça-se no vestido e carrega todos os anseios do mundo

E o seu vício me abre o desejo
E o meu vício me leva ao aroma fixado na pele
O seu vício nos cigarros
O meu vício no teu cheiro com cigarros
O vício nas promessas tragáveis
O vício em deixar para trás toda uma vida cancerígena
Em sentir um prazer sombrio com todos os nossos vícios

Olhou-me nos olhos e disse sereno:
“Você escolhe demais pequena, escolhe tanto, que esse mundo todo aos teus pés se transforma rapidamente em fumaça”

Saiu pela janela do quarto
Saiu para comprar cigarros e não voltou
Mas continua sempre ali, como a fumaça.

Beautiful

Posted on 12:09 In:



























Beautiful, you're beautiful, as beautiful as the sun
wonderful, you're wonderful, as wonderful as they come

And i can't help but feel attached
to the feelings i can't even match
with my face pressed up to the glass, wanting you

Beautiful, you're beautiful, as beautiful as the sky
wonderful, it's wonderful, to know that you're just like I

And i'm sure you know me well, as i'm sure you don't
but you just can't tell
who'll you love and who you won't
and i love you, as you love me
so let the clouds roll by your face

we'll let the world spin on to another place
we'll climb the tallest tree above it all
to look down on you and me and them

don't let your life wrap up around you
don't forget to call, whenever
i'll be here just waiting for you
i'll be under your stars forever
neither here
nor there
just right beside you

Pão

Posted on 07:32 In:


















O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Pão recheado de paradoxos.
Pão que asfixia, mas não mata.
Pão que alimenta.
Inssiste em impedir o óbito ao acaso incostante.
Por outro lado, todavia...

Quem disse que o fraco é aquele que escolhe apenas não comer?



Cuida de mim - O Teatro Mágico

Posted on 15:11 In:



























"Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer as vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
Tanto faz não satisfaz o que preciso
Além do mais, quem busca nunca é indeciso
Eu busquei quem sou;
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.

Cuida de mim enquanto não esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo.

Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
Junto todas, crio asas, viro querubim
Sou da cor, do tom, sabor e som que quiser ouvir
Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir
Quero mais, quero a paz que me prometeu
Volto atrás, se voltar atrás assim como eu.
Busquei quem sou
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.

Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo, enquanto finjo."



O amor vê cara, vê coração e vê saldo de conta.
O amor vê carro, casa e perfume Dior.
Chora por desconto e corre em liquidação.

O amor procura o fácil, belo e de qualidade - sem esquecer o parcelamento de quatro vezes no cartão-
Leve agora e pague depois
Se o produto estiver estragado? A culpa é de qualquer outro por aí...

O amor só existe de forma pura na infância, em Branca de Neve ou Cinderela não há nenhum tipo de cobranças. E mais tarde descobrimos, que todo esse amor de conto de fadas, serviu apenas para o lucro de cineastas rechonchudos.
Mas porque tais produtores não passam a mensagem real?
Será que não percebem a lavagem cerebral infantil que criam?

A Disney é a maior criadora de futuros relacionamentos frustrados, criados ao léu e embasados na ilusão.
Pois o amor do mundo real se consiste numa massa capitalista, que lucra com filmes e mostra apenas o lado feliz raramente existente.
O ser humano é um eterno masoquista que adora viver num plano superior ao próprio.
E afinal de contas, quem hoje em dia gostaria de assistir à sua própria e frustrante realidade?



*Escrito em alguma terça-feira de Setembro.