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About a Girl

Minha foto
"Nasci em 1992, no interior do estado. A dança-teatro e o cinema formaram meu primeiro imaginário: a palavra vinha como complemento das imagens. Quando descobri os livros, bem cedo, aceitei-os apenas como o lugar das palavras e das idéias, vendo as imagens a que remetiam ou sugeriam, como fantasmas imponderáveis e sem substância, descabidos, impróprios para aquele tipo de veículo. Quando me pedem que fale de mim mesma, sinto o incômodo, pergunto: que imagem devo projetar? Tenho tantas. Acho que a melhor para o caso é a que passo nos próprios posts, de alguém que escreve mas não acredita nos fantasmas das palavras, embora eles sejam inevitáveis. E a melhor forma de conviver sem temor com essas fantasias é jogar com elas, torná-las risíveis, desautorizá-las, de modo a evitar o poder técnico abusivo que tem quem escreve, para iludir o leitor."

Aos destinatários destas palavras

"Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer
Com tudo aquilo que fomos
E tudo aquilo que somos nós"


O Teatro Mágico

Quem lê

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Noite

Posted on 00:08 In:


Olá Miguel,
Eu sei que cartas são ultrapassadas e velhas, mas estou te escrevendo essa porque estou com uma vontade tremenda de te dizer tanta coisa! E noturna como sou, não quero de maneira alguma atrapalhar o seu precioso sono. Até porque você não escutaria uma só palavra dormindo não é mesmo?
A verdade é que não há nada de importante e urgente a dizer. É que eu apenas sinto a sua falta de uma maneira estranhamente absurda a noite.
Parece que a noite é tão mais fria e o dia tão mais pacato quando não começa com você ao meu lado... Isso tudo soa tão bobo não é mesmo?
E tem a parte psicopata noturna from hell em que eu nas minhas insônias me contento a te olhar dormindo, isso me dá uma estranha sensação de paz e tranquilidade, você pode não achar mas você é tão sutil e tranquilo quando está dormindo. Nessas horas tenho uma vontade de entrar nos seus mais profundos sonhos só pra tentar conhecer um pouco mais aquilo que me fascina.
Não sei mais o propósito dessa carta, a verdade é que eu poderia passar um bom tempo sem fazer absolutamente nada que não seja olhar pro céu com você ao meu lado, conversar sobre a vida e sobre o quanto essa nossa cidade tem falta de estrelas.
Mas e você, poderia?

Desejo de data

Posted on 23:42 In:


















-Hoje eu sei que datas especiais não provem de número algum, mas de nossos atos e sentimentos.

E as vezes, de alguma janela com uma brisa gostosa e poemas escritos a luz do luar.

-Não seja tolo Miguel! Luz do luar ficou na viola da vó. Mas às vezes precisamos de uma data, um número pra almejar e criar expectativas quando olha o calendário e ele ainda está longe...


-E também pra fazer o coração pular quando está perto e principalmente quando chega.


-Que seja, sinto falta de uma data meu amigo...

O Café Esfriou

Posted on 23:04 In:























Desta vez não fui capaz de sentir o gosto doce dos morangos rosados...
Tinha tudo para ter aquele gosto, mas eu simplesmnte não o sentia.
E aguardava pacientemente nos meus momentos furtivos, que eu pensava serem capazes de trazer a verdade a tona, que os morangos em algum momento iriam resolver aquele mal entendido...
Porém, no lugar dos morangos senti um gosto forte de sal, mas não fui capaz de escutar nenhuma onda do mar.
Só me restou me esconder e me encolher o máximo que pude.
E o quadro de fotos dos nossos quartos permaneceu vazio.
Vazio como as suas acusações.
Vazio como as minhas tentativas de esclarecimentos.
Vazio como as minhas expectativas.
Vazio como aquela noite escura.
Vazio como o meu coração se sentiu.
Não me deu uma chance sequer de olhar realmente além dos seus olhos.
Ele estava ali, mas não estava.
E de cheio, só havia minha xícara de café.







É exatamente por isso que não tomo mais café, são minutos de ilusão pura e fria, em que são só as mágoas contra você e você contra as mágoas.
Café está oficialmente abolido como estimulante para sair da fossa (principalmente a noite). FIKDIK

Provérbios

Posted on 22:41 In:

















"Perder o medo de perder, para não perder."


"O medo de perder tira a vontade de ganhar."


"Quando um não quer, dois não fazem."


[...]


"-Na minha família sempre se acreditou que quem conhece os provérbios, mal sugeito não é..."

(y)

Posted on 22:29 In:

Tudo pode ser incrivelmente bom,
Basta apenas não sonhar.
Pois sonhos são pros tolos que desejam amar.



(eu não suporto rimar, mas saiu.)

Intenso

Posted on 00:58 In:





















Quero meu corpo em seus braços
Paro o relógio
Deixo que o tempo se ausente
Se me for dado somente um minuto
Não lamento
Penso nele devagar
Quando me beija a boca
Quando me beija por dentro

Sou a puta da esquina
Sou a virgem Maria
Se o seu tempo for só de um segundo
Será nele que inventarei a eternidade

É assim que o amo
Não me importa
Se no minuto seguinte
Já não está comigo
Ele é o homem que amo

Se o seu tempo
For de um compasso
Que ele seja de pausa
Porque urge o silêncio

Se for um desenho
Que ele seja branco
Tão intenso o que sinto

Eterno é o momento
Quando ele me beija por dentro

Suéter Laranja

Posted on 22:48 In:















Todas as manhãs, seus olhos brilham para o laranja vibrante
Aquele sorriso gostoso não se desgasta
Não se influência
Mas possui um raro dom de me mudar.

Mais uma vez está quente,
Claro e lúcido
Sempre sonhando com os pés atolados ao chão
Chão que já foi a Roma, Berlim e Praga
Mas resolveu descansar num horizonte qualquer, em plena tarde de maio.

Não tem receio do gosto, deseja o corpo
Mergulha sereno por todas as melodias
Enquanto o tecido passeia mais uma vez na clareza das peles
Movido pelo som ele almeja voar.

Tornou-se hipnotizante com tamanho veneno
E no ímpeto de salvar um pouco da minha lucidez, questiona:
"Não deseja saber aonde vai parar?"
Não, é claro que não. Afinal, o que seria da minha insônia sem o âmago de todos os meus sonhos e pensamentos?
"Um vazio nos meus braços e um queimado de cigarro nesse suéter.”

Pois dê-me mais um trago.







*Não consigo parar de mexer nesse texto. Nunca está bom.

Dos Sonhos

Posted on 22:33 In:





















"Eia mocidade de sonhos tantos!
Sonhos intensos e intermináveis,
Que parecem tragar-nos.

Prendemo-nos a eles ou nos prendem?!

Somos empurrados num solavanco
Forçados a abrir os olhos noite adentro
Insones...
Esvai-se nossa mocidade!
O reflexo no espelho é turvo.

“Será que aquilo tudo era real?”

Na aurora cai sobre nós um mundo,
Passos e passeios...
Que não se assemelham aos nossos.

Sem asas e entre seres vazios...
A dor sufocante no peito mais uma vez
Teria eu ficado louca?

“Oh, você não tem saída”, disse o Gato, “nós somos todos malucos aqui. Eu sou louco. Você é louca.”


                                      À menina das palavras e sonhos mordazes."



Por Salazar Felinto
http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=35441





*Há tempos eu não recebia um presente tão especial quanto este.

O Libertino

Posted on 22:21 In:


"Permitam-me que seja franco
antes de começar
Não vão gostar de mim.
Os cavalheiros sentirão inveja
e as damas repulsa.
Não vão gostar de mim agora
e muito menos com o decorrer da história.
Damas,
um aviso.
Estou disponível.
Sempre.
Não é uma questão de orgulho ou opinião.
É uma constatação médica.
Digo-o de forma categórica.
E irão vê-lo de forma inequívoca.
Não.
É uma posição confortável a vossa
é melhor observar e tirar as vossas
conclusões de forma distanciada
ao invés de o fazerem vendo-me
envolvido com as vossas mulheres.
Cavalheiros,
não desesperem.
Também estou disposto a isso.
E portanto, o mesmo aviso
se aplica a vós.
Controlem as vossas erecções até
que eu tenha uma última palavra,
mas quando tiverem sexo,
e terão sexo,
estou certo que o farão,
saberei se me desapontaram.
Desejo que façam sexo
enquanto vos observo e
ridicularizo os vossos genitais.
Sintam...
como eu senti,
como eu me sinto.
E pensem.
Seria este arrepio
o mesmo que ele sentiu?
Será que sentiu algo de mais profundo?
Ou existe um muro de infelicidade em
que todos chocamos com as cabeças
nesses pequenos momentos eternos?
É tudo.
Este foi o meu preâmbulo.
Nada em rima.
Nenhuma afirmação de modéstia.
Não esperavam isso, penso eu.
Chamo-me John Wilmot.
Visconde de Rochester.
E não quero que gostem de mim."

Escuta-me...

Posted on 21:17 In:



























"O que digo,
Digo agora e digo sem demora
Antes que me acabe o tempo do suspiro
Quero um dia conhecer o rosto que se esconde atrás dos papiros.

E D’alva me escute e me livre
Que não seja uma dessas pobrezinhas
A se lamentar por suas violetas murchas e velhas.

Bem sei que em meio trevas
Acendes velas
Para iluminar o caminho que leva a teu rosto.

Mas os vapores me interrompem
Entre o caminho e você,
Existem infindos prazeres e amores
E não posso mudar o que já está posto.

Mas em uma noite dessas sovinas
Hei de ler-te
Como nenhum leu ainda."


http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=35441

Insanidade Insone

Posted on 22:24 In:






















Meu beijo é o escarro
Minha paixão vem com um toque de compaixão gélido
Meus músculos se contraem apenas com sentimentos malditos
Sempre ao extremo dos farrapos incontroláveis, que embalam minha insanidade cega.

A roda não cessa
Escancara todos meus novos antigos hábitos viciosos recheados de pesadelos insones
Há algo incompleto, sempre.

Rasgo teus poemas
Queimo todas as tuas casas abandonadas
E assim, se esvai tudo que restou dos meus amores
Junto com todas as tuas aventuras azedas e ásperas.

Não se foi, porém mal ficou e já fez planos para o nunca
Lembrou-me que não haverá jamais um futuro no mesmo cômodo
"Só não te esqueças de adaptar, troca tua pele como camaleão em dias de fuga" Sussurrou mais uma vez.

Escarro novamente na mesma boca que me afaga com ternura
Ah! Como se mantém débil diante de um reino de pesadelos insones e ocos dormindo ao teu lado?
Como poderá um dia tal coração ser sábio e justo, se necessita se comparar constantemente ao teu afago?
O mesmo, que entorpece todo o meu corpo jovem embasbacado.

Estâncias

Posted on 21:49 In:

"Este é o muro e nesta janela,
onde sobe enredando-se a hera,
eu deixei os meus versos a ela
na manhã de uma azul primavera.

E em meus versos a ela eu dizia
como dói, simplesmente, o amor.
Os meus versos deixei e no outro dia
sua alva mão me pagou com uma flor.

Este é o horto e em seu arvoredo,
nas veredas daquele recanto,
ela disse com a voz em segredo:
"Eu te amo e não sabes o quanto".

Junto aos muros daquele moinho,
ao abrigo da sombra das vides,
quando o carro se pôs a caminho,
ela disse a chorar: "Não me olvides?".

Na janela a hera ainda medra,
e a parreira que o sítio ensombrou
ainda enfeita o muro de pedra.
Tudo é o mesmo, mas tudo mudou.

Não há na casa mais seres amados;
entre as ramas agora há outras flores;
ninhos, folhas já estao renovados.
Também novos, em nós, são os amores."

Benflogin

Posted on 21:21 In:




























Vultos e luzes brilhantes dançam no nosso céu
Elas inssistem em se misturar, ousam se masturbar,
e finalmente vão embora sorrindo sem ao menos tentar cansar
Sussuram numa tentativa frustrada de encerrar um longo e saboroso ciclo viciante
Suas vozes aveludadas convidam todos os bandos de animais que na sua vasta liberdade de voar, não se preocupam em amendrontar toda a imobilidade que frustra e prende na nossa realidade cinza.
Por que não correr, se nada dura pra sempre?
Pra que fugir se as sombras sempre estarão ao nosso alcance?
Benflogin sim
Benflogin não
Benflogin faz mal, faz bem
Faz bem, faz mal
Mas faz.

Idealismo

Posted on 21:14 In:

"Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor da Humanidade é uma mentira.
É. E por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaira,
De Messalina e de Sardanapalo?!

Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
-Alavanca desviada do seu fulcro-

E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!"

Excluir;

Posted on 20:39 In:






















excluir (eis...i)

v. tr.
1. Pôr fora; pôr de parte; não contar; não incluir; omitir; expulsar.
2. Tirar (de lista, de enumeração).
3. Não admitir.
4. Não deixar tomar parte.
5. Exceptuar! Excetuar.
6. Privar da posse de alguma coisa


E ele finalmente fez o que era realmente o mais certo para todos nós.
Nós eu, nós ele, nós ele, nós elas.
Trilhos de diferentes ferrovias que indicavam uma estrada menos turbulenta.
Não há mais porque ter medo de se chocarem, finalmente qualquer pedaço de chão ficou pra trás.
A fumaça é tão difícil de inalar, porém a vaga lembrança de tal cheiro me da ânsia pela busca do afago de novos mares.
Não se esqueça que eu sempre iria procurar por ele por trás de qualquer lugar que eu fugisse. Sempre.
E não se esqueça nunca de viajar para a praia mais próxima só para sentir de verdade o gosto salgado e estonteante do mar.

excluirei
excluirás
excluirá
excluiremos
excluireis
excluirão


No meu futuro do indicativo você não irá jamais.


18|06|09


















Veio sorrateira e mansa,
tentou pemanecer,
ousou permanecer.

Na mesma tarde,
um brilho sorrateiro se estendeu naquele olhar.
Foi-se tarde.

Pantera cor-de-rosa que não foi capaz de terminar episódio algum.
Pantera cor-de-rosa não solucionou nenhum caso.
Pantera cor-de-rosa não fez nenhum rosto sorrir.
Enraizou em crianças lunáticas e as vestiu de sua cor.

Onde estão todas as suas mentiras agora?
Porque tanta mágoa? Tanta cor em vão?
Rosas encharcadas, implantadas e sem sol.

Pantara cor-de-rosa faça me rir!