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About a Girl

Minha foto
"Nasci em 1992, no interior do estado. A dança-teatro e o cinema formaram meu primeiro imaginário: a palavra vinha como complemento das imagens. Quando descobri os livros, bem cedo, aceitei-os apenas como o lugar das palavras e das idéias, vendo as imagens a que remetiam ou sugeriam, como fantasmas imponderáveis e sem substância, descabidos, impróprios para aquele tipo de veículo. Quando me pedem que fale de mim mesma, sinto o incômodo, pergunto: que imagem devo projetar? Tenho tantas. Acho que a melhor para o caso é a que passo nos próprios posts, de alguém que escreve mas não acredita nos fantasmas das palavras, embora eles sejam inevitáveis. E a melhor forma de conviver sem temor com essas fantasias é jogar com elas, torná-las risíveis, desautorizá-las, de modo a evitar o poder técnico abusivo que tem quem escreve, para iludir o leitor."

Aos destinatários destas palavras

"Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer
Com tudo aquilo que fomos
E tudo aquilo que somos nós"


O Teatro Mágico

Quem lê

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Basta

Posted on 17:32 In:
"Já sei que as minhas mãos são duras para a pessoa em que me tornei na minha frieza face a ausência de sorrisos. Não sei sorrir mas sei fingir, abrigo-me à sombra da minha força que ainda não existe e por mais lágrimas que largue no chão sem chão deste trapezio que é só meu e eu sei que desta queda que não é queda e só me fez escorregar eu só vou me levantar mais alta."
31/01/2008

Não mais. Nunca mais.
Eu me levantei para nunca mais cair de novo.


Espere

Posted on 09:29 In:

E eu aqui,
ainda não sei se estou embriagada ou é apenas coisa da minha cabeça.
Nesse lugar distante, em terra de ninguém, sem o olhar de ninguém,
eu me sinto sozinha.
E entre ruídos e silêncios,
eu me sinto sozinha no ar.
Voando eu me sinto cada vez mais presa a essa saudade que ainda nem chegou.
Mas logo começa tudo outra vez, mas dessa vez estarei voando até você.
O que me resta é olhar o mar, e deixar que as ondas me tragam outros pensamentos.
O que me deixa feliz é lembrar dos cigarros que dividi com você, e dos copos que juntos quebramos.
O que me basta é lembrar de você,
mas com a lembrança, vem junto
a falta que você me faz.
Mas o que me deixa mais feliz é pensar no dia de amanhã.
E de tudo que faremos.

por: http://meuladotyler.blogspot.com/

[L]

Posted on 08:59 In:

Abriu os olhos e após alguns segundos, destinada e forçada à relembrar flashes da noite passada, lembrou-se. E então, ainda com olhos sonolentos, esticou o braço e percebeu que ele ainda estava ali, deitado, dormindo, na mesma posição em que adormecera noite passada. Por vezes tentou se levantar para ir até a cozinha, mas suas pernas estavam moles, sem força alguma. A cabeça girava, e o estômago ao avesso revirava pedaços mal mastigados de pizza, que os dois haviam dividido antes de se enrolarem entre os lençóis. Virou-se para o lado e tentou dormir outra vez, mas a felicidade e a ansiedade não a deixavam sequer fechar os olhos novamente. Virou-se outra vez, gemeu baixo e o abraçou, ele não se mexeu. A sua respiração era tão sutil, suas mãos debaixo do rosto eram tão belas, seus cabelos perfumados, seus olhos fechados, seus braços, suas pernas enlaçadas nas minhas, sua pele branca, era tudo tão perfeito. Decidiu então dar-lhe um beijo de despertar. Com os lábios entre abertos beijou-o no rosto e em seguida na boca. Os olhos dele se abriram, brilhavam como os de uma criança inocente, e então ele disse "Eu te amo!".

O mundo acabou, o mundo terrível que eu conhecia acabou no instante em que te conheci, no momento que nos beijamos, em que nos vimos.



Sobre a escada, o cinema, a música, os perfumes, a carta, as flores, o apartamento, o shopping. Sobre a gente, sobre nós, sobre tudo.

Eu te amo!

Posted on 17:10

E toda tarde é assim.
Eu escondo as cinzas. Muitos escondem os rostos.
Adoro livros, eles adoçam minhas tardes,
aqueles que falam da vida real, dos meus ídolos.
Fazem eu descobrir que penso como eles.
"Aos 12 anos já sabia que era um fracassado".
Para mim ele nunca foi. Ele faz parte da minha Psicoterapia.
Da minha mente doentia.
Está esperando eu falar de amor?
Ninguém escreve aquilo que não sabe.
E eu só sei daquilo que é fato,
prefiro o cotidiano.
Prefiro aquilo que todos vivem e gostam,
mas fingem que não.
E parece que a cada dia tentam tornar-se mais românticos.
Mais fingidos.
Eu odeio romantismo,
e o meu coração também tem veneno.
Todos têm.

por: http://meuladotyler.blogspot.com/

Café com sal

Posted on 11:02 In:

E desta vez não fui capaz de sentir o gosto das cerejas...
Tinha tudo para ter aquele gosto, mas não teve.
No lugar das cerejas senti um gosto forte de sal, mas não fui capaz de escutar nenhuma onda do mar.
E o porta retrato do fichário continuou vazio.
Vazio como a minha mente.
Vazio como as minhas idéias.
Vazio como as minhas expectativas.
Vazio como as minhas justificativas.
Vazio como as minhas conclusões.
Não me deram uma chance sequer de olhar realmente além dos seus olhos. Ele estava ali, mas não estava.
E de cheio, só havia minha xícara de café.

Café francês

Posted on 21:09 In:

Posso dizer tudo brevemente, ou falar e falar a noite inteira com a companhia de um martíni. Bem, não sei por onde começar. Vou optar pelo matíni [disse mordendo a azeitona da taça]...
Foi num hotel... É sim, num hotel. Ficava na esquina do café onde nos encontrávamos todas as terças e as vezes nas quintas. As paredes do corredor deste hotel eram vermelhas sangue, mas era um hotel simples mas luxuoso. Nos subíamos afobados os degraus que levavam ao quarto 18, mal podíamos nos conter de tanta excitação, poderíamos arrancar as nossas roupas naquela subida e nem perceber.
Nos beijamos enquanto tirávamos os casacas de frio na porta do quarto, fomos entrando e arrancando cachecóis, luvas, chapéis e começamos a desabotoar ambas as blusas de linho em nossos corpos... Quando de repente, a porta que não havia sido fechada direito pela nossa afobação, começou a ser lentamente empurrada por mãos idosas. Nos paramos imediatamente. Ele me deu um beijo e caminhou em direção a porta. Eu fiquei parada, meio envergonhada arrumando os botões da minha blusa.
Era um senhor idoso, usava roupas humildes e ouso dizer que mal conseguia se aquecer com o que estava vestido.
-Vocês estão no meu quarto [disse o velho normalmente como se falasse com o padeiro: 2 pães de sal e uma rosca, ou com alguém qualquer]
-Me desculpe senhor, qual o número do seu quarto? [ele disse pegando educadamente as chaves douradas nas mãos do velho e olhando o número]
E continuou:
-Senhor, seu quarto é o 13, nos estamos no 18, vê? [apontou para a porta]
O velho saiu calado com um olhar distante.
Voltamos para o quarto olhamos um no olho do outro e rimos um pouquinho. Ele passou a mão sobre o meu rosto e beijou ternamente minha cabeça.
E então, ouvimos um baque de algo caindo. Corremos até a porta e era o velho. Estava estirado no chão e mal conseguia falar. Corremos até ele e ele disse:
-O que houve comigo?
-O senhor passou mal, mas a ambulância já esta a caminho.
E enquanto eu ligava do quarto para uma ambulância, ele ficava lá socorrendo o velho, que tirou uma aliança do dedo e entregou à ele.
-Passei 40 anos! 40 anos fazendo isso! Diga à eles que acabou.
-O que quer dizer? O que está fazendo?
Nessa hora eu voltei e fiquei perto dos dois. O velho pegou a aliança e entregou para ele dizendo:
-Não diga nada à minha mulher!... Não diga! Por favor! Não diga. Não diga.
-Senhor porque está me dando essa aliança?
-Prometa não dizer nada à ela! Prometa! Prometa!
-Nós prometemos [eu disse interrompendo os pedidos aflitos do velho. ele me olhou com censura mas não disse nada]
A essa altura a ambulância havia chegado. Não nos deixaram entrar porque não éramos parentes, então fomos até o hospital. Mas chegamos tarde por não saber bem o caminho, haviam revistado seus bolsos e comunicado os parentes.
E lá estava ela, a esposa. Não parecia má, mas sim muito abalada. Era bonita, embora parecesse pobre.
-Sra. York?
-Sim?
-Bem... fomos nós quem encontramos seu marido.
Ela me olhou nos olhos enquanto eu pronunciava a frase e me abraçou chorando sem parar.

***

Mais tarde fomos pro café. Eu, ele e a Sra. York.
-Sabe... ele sempre foi assim. Corria atrás de qualquer uma... qualquer prostituta, vagabundinha que estivesse por aí. Mas isso é o de menos. Sempre some, nunca sei onde ele está. Nunca serei boa o bastante para ele. Mas só pelo fato deu saber que ele está vivo, por aí em algum lugar... só pelo fato dele estar bem, eu já fico feliz por ele. Por ele, porque por mim? Só me basta amá-lo e saber que ele está bem. [ela repetia enfadonhamente a frase: "saber que ele está bem" enquanto olhava fixamente pro seu café]
-Eu sinto muito
-Não sinta minha jovem. Eu não posso viver sem ele. Não posso. Mesmo que seja apenas por algumas horas... sabe? Eu seria capaz. Eu não posso viver sem ele. Não posso viver sabendo que ele morreu.
Aquela conversa foi mórbida, e foi a primeira vez que nada saiu como nos sempre combinávamos.
Horas depois, quando o dia começou a clarear o Sr. York morreu.
Eu estava no carro com ele, não me contive e disse:
-Você acha mesmo que ela seria capaz de se...
-... se matar?
[acenei a cabeça fitando os cadarços para não olhar nos seus olhos]
-Eu acho que não.
-Porque?
-Porque não. Ela não seria capaz. Ele não a merecia.
-Mas ele até te deu a aliança, queria fingir que não era casado... talvez ela não fosse tão boa assim.
-Talvez sim, talvez não. Como poderíamos saber?

***

Na outra terça, lá estávamos nós no café. Mas dessa vez acompanhados do jornal da semana passada que eu havia acabado de comprar no caminho.
-O que você está lendo? [ele perguntou]
-Ela se matou.
-Eu nunca poderia imaginar...
-Poisé, você disse que ela nunca seria capaz. Por que disse isso?
-Eu... eu não sei. Tento ser otimista com as coisas... acho que é isso. Não sei mesmo [disse embaraçado]
-Ela o amava.
-É, ela o amava.
A garçonete serviu meu café e o conhaque dele. Ficamos calados por uns dez minutos, quando eu agitada para perguntar disse:
-Você já fez uma declaração de amor para alguém?
-Não
-Não?
-Quer dizer... já. Não sei direito...
-Por que não sabe?
-Porque antigamente eu costumava fazer... mas acho que... [e se calou se sentindo incomodado]
-Por que não faz mais?
-Acho que é uma cantada ruim [disse forçando uma risadinha]
-Cantada? Mas você se declara quando ama alguém! E não porque quer algum dia ter algum laço afetivo com alguém. Então, não vejo porque isso seria uma cantada! Quando você se declara, é porque você ama tanto, tanto que mal pode segurar isso dentro de si! Parece que vai explodir se não dizer à ela, ou no caso de amor correspondido, quando se diz ao mundo o quanto é bom amar a pessoa com quem se esta. Mesmo ela já sabendo... [e sim, eu não calava mais a boca!]
-Não quis dizer isso! Eu sei o que é fazer uma declaração pra alguém que não sabe que você o ama, ou para alguém que sabe mas que o mundo ainda não sabe...
-Então do que tem medo?
-Não sei! Derrota, fracasso, ser ignorado, mágoa, deboche, ser usado... Eu não sei!
-Eu te amo [eu disse interrompendo seu tom alto de voz nervosa] Eu não sei bem! No começo era apenas físico! Eu não sei nem seu nome! Mas, eu quero passar a minha vida com você... Eu... Eu quero me casar com você! Ter filhos, vários! Viajar com você, talvez dar a volta ao mundo! Envelhecer ao seu lado, usar dentaduras! Quero dizer... não a mesma dentadura, cada um com a sua ... [eu não calava mais de nervosismo, quando finalmente resolvi olhar nos olhos que iriam me corresponder ou não. e tive um susto] Você... você está chorando?
-Não... quero dizer... Sim. Estou, por que algum problema com homens que choram?
-Não, não, não... Acho até bonito, você... Afinal por que está chorando?
-Eu me emocionei só isso... nenhuma mulher nunca havia dito isto pra mim... me desculpe isso é constrangedor.
-Não, não é não. É bonito, é bom chorar. Por pra fora. [disse dando um tapinha na sua mão]
-Não é nada bonito no meio de um café cheio de pessoas nos olhando.
-E você... me ama? [disse olhando rapidamente nos seus olhos]
-Eu... eu não sei. Estou muito emocionado neste momento, me desculpe. Espere um minuto.
-Tudo bem [eu disse sorrindo, afinal, eu havia falado e não havia explodido]

***

Homens...
Era tão estranho quando ele me olhava nos olhos. Quando me olhava por inteira, e observava cada gesto, cada sarda do meu rosto, cada vez que eu arrumava o cabelo com a mão...
É tão estranho se sentir desejada.
Mas, mas estranho ainda, era sentir que eu também o observava com os mínimos cuidados e o desejava reciprocamente.
Nossos olhinhos brilhavam quando nós viamos. Era como andar de roda gigante, sendo que quando a mesma parava, nossa cadeira era a mais alta. E essa sensação só conseguia dar lugar à saudade, de quando tínhamos de dizer adeus mais uma vez.

Posted on 21:47
"perder o medo de perder, para não perder"

Every+Time

Posted on 21:04 In:

-eu sempre tive medo de te perder
-mas como? você nunca pode perder algo que nunca teve
-mas como não tive? você sempre foi minha nestes anos, e além deles na minha mente e no meu coração.
-sim, sempre fui sua. mas não nestes quinze dias.
-você me traiu manu?
-não meu querido. eu não fui sua, porque nós não fomos nos mesmos. nos mudamos ao nosso próprio ritmo, mas com os olhos vendados pela distância.
-não compreendo
-não tive seus olhos nos meus durante esse tempo. a nossa brincadeira, se lembra?
-sim... só assim se é possível enxergar a alma...
-só assim estamos juntos
-então... você não me ama?
-eu te amo de todas as formas e sentidos que posso amar
-eu posso te prometer apenas palavras daqui, mas quero que saiba, que quando eu voltar elas serão confirmadas de todas as maneiras reais possíveis


i miss you every time i dont have your eyes in my eyes

álcool

Posted on 08:22 In:

Aprendi uma coisa muito boa nesses dias.
Uma decepção?
Um choro?
Uma mágoa?
Uma raiva?
Uma dor?
Nada que um pouco de vodca e conhaque não curem instantaneamente.
Mas aquelas palavras nunca serão dissolvidas por álcool algum

não sei se o que sinto é saudade ou vontade de resolver todos os meus problemas de uma só vez, para dar um basta nisso tudo que sinto.
sabe quando você tem certeza de que o que você quer não vai acontecer hoje, mas mesmo assim guarda uma enorme esperança?
é engraçado, eu sei que eu vou ligar e já vou saber a resposta que não queria ouvir. ah! e também já sei que vou me decepcionar do mesmo jeito, mesmo já sabendo de tudo. parece idiotice né?
um vidente que prevê o futuro, mas não consegue se preparar para as consequências.
um guerreiro que vai pra guerra tendo esperança de ter todos os seus soldados vivos no fim do dia.
as férias se foram, e a palavra que eu mais perverso venceu: expectativas
as coisas sempre tomam um caminham diferente. a vida sempre nos surpreende quando menos esperamos. eu só estou aguardando por uma surpresa.
tudo é tão legal, basta apenas não sonhar.
sonhos são apenas pra loucos que querem amar.


minhas lágrimas secaram e meu coração se apertou completamente.
eu não quero desistir, nós não merecemos isso.
tudo que construímos não merece isso.
eu só queria te mostrar que euteamo euteamo euteamo
porque eu posso ver mais do que nunca hoje claramente que você me ama
que você prova
que você diz
que você sente
não me chame de covarde, só não sei se estou pronta pras próximas pedras que virão.
mas estou disposta a tentar.
eu não sei porque o meu tempo diz isso à você...
porque na verdade nos estamos sem nos ver de qualquer maneira.
eu me sinto culpada.
eu te peço perdão por ser dura e fria, mas também peço que você seja mais compreenssivo quando eu ligar aos prantos e você achar que não tem justificativa.
e minhas palavras já mentiram quando disseram que não faz diferença com ou sem você aqui. faz e muita, eu que sempre sou dura com meus próprios sentimentos.
eu tenho medo, essa é a verdade.

Posted on 11:12
cansei de chorar rios por você
desliguei meu celular
agora vou sumir
e quem sabe, por que não voar?