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About a Girl

Minha foto
"Nasci em 1992, no interior do estado. A dança-teatro e o cinema formaram meu primeiro imaginário: a palavra vinha como complemento das imagens. Quando descobri os livros, bem cedo, aceitei-os apenas como o lugar das palavras e das idéias, vendo as imagens a que remetiam ou sugeriam, como fantasmas imponderáveis e sem substância, descabidos, impróprios para aquele tipo de veículo. Quando me pedem que fale de mim mesma, sinto o incômodo, pergunto: que imagem devo projetar? Tenho tantas. Acho que a melhor para o caso é a que passo nos próprios posts, de alguém que escreve mas não acredita nos fantasmas das palavras, embora eles sejam inevitáveis. E a melhor forma de conviver sem temor com essas fantasias é jogar com elas, torná-las risíveis, desautorizá-las, de modo a evitar o poder técnico abusivo que tem quem escreve, para iludir o leitor."

Aos destinatários destas palavras

"Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer
Com tudo aquilo que fomos
E tudo aquilo que somos nós"


O Teatro Mágico

Quem lê

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Das minhas oito patas

Posted on 20:40 In:




























Em luas como essa, são eles, somente eles, que me mantém quando já não há nada.
Quando todos do lugar externo conseguem o pretendido, quando já não há mais o que sugar.
Desta marcha torta, carrego nos pés grandes olhos peludos, desvencilhando-me da última página virada...
Vai chegar, paciência, é tudo que vós digo. Sua jornada torta só acabou de começar.
Dentre objetos caídos, arranhados e sujos cresce o amor da menina, não mais tão desalmada.
Enfeitiçada, ouso dizer, pelas oito patas que sujaram o quarto florido.
Logo quando despertou Aurora, frágil com o vestido azul, bordado de madrugada.

Marina

Posted on 20:24 In:



















“Quando entro numa crise, o que mais me incomoda é a sensação de não existir. É como se não houvesse motivos pra eu viver. Um vazio, uma angústia. Nada ao meu redor parece ter cor. Tudo é cinza. Sinto as coisas em câmera lenta.
No entanto, meus pensamentos ficam exageradamente rápidos. Sinto uma grande ansiedade, uma incômoda agitação interna. Minha mente fica tão acelerada que, depois do fim da crise, sobra uma grande confusão mental. Algumas vezes, chego a esquecer das situações que passei. Em outras, não consigo identificar se aquilo aconteceu ou se foi um sonho. Mesmo a noção de tempo parece confusa. É como se estivesse em queda livre, num buraco escuro, frio, úmido, sem fim, com muitas imagens passando pelos meus olhos e vozes e sons, vários, zumbindo nos meus ouvidos sem parar. Procuro evitar aquela avalanche de informação, agarrar-me em alguma coisa. Mas não consigo encontrar nada para me amparar. Fico verbalmente agressiva, irritada com qualquer um ou qualquer coisa, impaciente. Sinto-me atacada, invadida a todo momento e, então, ataco de volta.
Existe uma variação muito grande de humor. Pelo menos comigo, em toda crise, o pensamento de suicídio é recorrente. E a sensação de falta de esperança também. As duas piores coisas ao sair de uma crise são a vergonha e o medo da recaída”.

e eu, passarinho.

Posted on 13:54 In: ,

























e tornar tudo tão difícil
sem optar
foi no último minuto
exaustão de quem se mantém no controle
sempre no controle, eu sou

adormecer com um olho fechado e o outro vidrado
e todas as lindas canções da estrada, onde estão?
não lembrei, não lembrar não é errado.
e o errado é direito

esqueceu,
não organizou,
atrasou,
mudou de ideia,
repetiu as letras,
trocou as vogais.

é culpa da doença,
é culpa da doença,
é culpa da doença.
se conforma, se injeta.
é culpa do vício,
é culpa do vício,
é culpa do vício.
restaram resquícios, não se projeta.

o erro, simples, mediano ou complexo.
de que importa?
por que tão errado, vergonhoso, perplexo?
"eu não quero" é mais fácil do que "eu não consigo" menina

e dos seus tropeços eu sempre sou.
e do seu ninho eu sempre sou.
e das suas desculpas eu sempre sou.
e do seu amor eu sempre sou.
e das suas certezas incertas eu sempre sou .
e eu, passarinho.