Essa é a semana em que os sonhos se tornaram realidade, esse é o dia em que a paixão ficou próxima, quase a posso tocar. Mas sou humana, egoísta, me questiono se o sentimento deveria ser de alegria ou de tristeza por ainda não ser capaz de alcançar.
Tristeza não significa lamentação. No entanto, apesar dos pesares, minhas mágoas tem sido passageiras e parecem até mesmo superficiais. Tenho um medo de que essa boa nova de se sentir bem seja oriunda de psicofármacos, não de mim. 
Mas acho que sentir que ainda há amor e perdão na família é um forte palpite pra esse sentimento de redenção. O meu peito pulsa, quase sai pela boca e forma palavras, só pra mostrar que não somos ninguém sozinhos, não é possível ser. Em meio a ansiedade e angustia do pulso, escuto a voz serena de minha madrinha dizendo como a benção da família pode tornar a vida leve.
Me calo para não ser julgada, não porque não sinto. Mas, justamente por sentir de uma forma que de tão eufórica se sente encurralada, estigmatizada e silenciada. Não tenho o direito da sensibilidade, do sentimento sem ter toda uma elaboração transgressora por trás. 
Por isso me calo, não deveria e não o faço pensando em ficar pelos cantos a lamentar. 
A militância agora faz parte da minha vida, se voltei aqui, foi pra lutar.