"Quantas chances desperdicei quando o que eu mais queria era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém."

Renato Russo

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O mal do século não é a solidão é a inércia.
Por toda a minha vida meu pai me falou aquela celebre frase que acredito que muitos de vocês já ouviram: Na minha época não era tudo tão fácil, por isso eu dava valor.
Ele tem razão. Mas sabe aquela outra frase clichê "você só dá valor quando perde"? Poisé, acho que isso tudo faz parte da vida. Acho que todos nós precisamos perder algo.
O peito precisa arder e o sentimento de revolta contra a dor é o melhor presente que nos damos como indivíduos dotados de razão e sensibilidade. Você deve estar pensando agora: Essa não regula bem das ideias, ta falando que devemos sofrer pra melhorarmos como indivíduo?
Tô sim. Algumas dores não nos trazem nada, isso é fato, existe até mesmo aquelas que não vêm de motivo algum mas que são tão palpáveis quanto.
Eu não sabia o que era sentir uma dor real. Como também não sabia o que era passar mais de um mês feliz.
O mal do século é o ócio.
Em qualquer lugar que se olhe, não é difícil perceber que a falta de ímpeto transforma a sociedade e modela nossa personalidade.
É assim na política, é assim no ciclo social, é assim nos estudos, no trabalho e até com a própria saúde. Com certeza você já deixou de fazer algo muito importante para você, para um alguém que quer bem ou para a sociedade pela famosa preguiça.
O mal do século é a insatisfação.
Queixas e empecilhos em cada passo. Isso afasta as pessoas e atrasa o desenvolvimento da sabedoria que o ser humano adquire conforme acumula experiências.
Não se queixe com quem te quer bem.
Nada é perfeito, nunca será. A escolha de ver o copo meio cheio ou meio vazio é sua. Fui pessimista a vida toda e embora ache que ainda seja bastante, consegui desenvolver uma visualização de um pedacinho da completude que é sentir a alma cheia.
O mal do século é o orgulho.
Renato Russo tinha razão. Passamos tanto tempo querendo ser ou mostrar que somos melhores para todos menos pra nós. Perdemos nosso próprio tempo todas as vezes que fazemos isto.
Perdemos vitalidade, personalidade e dignidade. Pra quê? Pra sentir que somos melhores que outros que também estão tentando, a todo custo, provar que não precisam provar nada a ninguém.